quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Tratamento Oral Balance na UTI do Hospital Regional de Joinville

Resultado do tratamento efetuado em pacientes da UTI do Hospital Regional de Joinville com o Produto para boca seca Biotène Oral Balance






Clique nas fotos para ampliar.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Enxaguatórios contra o Mau Hálito

Dióxido de cloro estabelizado



*Em enxaguantes onde o dióxido de cloro vem associado ao cloreto de cetilpiridínio, a interação do clorito de sódio (de natureza aniônica e fortemente oxidante) com o cloreto de cetilpiridínio (que é catiônico) resulta em liberação do oxigênio.
*O cloreto de cetilpiridínio possui a capacidade de desnaturar proteínas e destruir microrganismos.
*Depois que o oxigênio foi liberado devido à interação entre o clorito de sódio e o cloreto de cetilpiridínio, tem lugar a oxidação dos microrganismos anaeróbios, preservando, no entanto, os sistemas aeróbios dos tecidos bucais.
*A liberação altamente eficiente do oxigênio na combinação do cloreto de cetilpiridínio/clorito de sódio é também responsável pela oxidorredução dos CSV, mantendo-os em níveis extremamente baixos.
*É importante salientar que grande parte dos enxagüatórios bucais não funciona contra a halitose e também podem agravar o problema, pois contém álcool em sua formulação, o que desidrata a mucosa da boca aumentando o mau hálito.A maior parte do mundo está usando ou soluções de bochecho com álcool na sua composição ou produtos muito perfumados para controlar ou mascarar os odores bucais.
* A maioria dos produtos enxagüatórios utilizados trazem consigo dois grandes inconvenientes:
• 1°) Reduzem a microbiota bucal, e pelo fato de destruírem também os microrganismos saprófitas. Essa interferência pode favorecer a implantação de microrganismos patogênicos.
• 2°) Pelo seu conteúdo alcoólico ressecam a mucosa bucal (por desidratação) acelerando o processo natural e fisiológico de descamação da mesma, o que gera aumento de substâncias geradoras do mal hálito (substâncias voláteis e de cheiro forte).
• Conseqüentemente, o hálito aumenta quando se faz uso prolongado desses produtos.
• Outros pontos negativos associados às formulações alcoólicas: podem causar milhares de envenenamentos infantis por ano e também questões nebulosas concernentes às alterações pré-cancerosas em delicados tecidos bucais, especialmente em fumantes.
• Na etiopatogenia do câncer bucal, os fatores locais mais envolvidos são o fumo, o álcool e as radiações solares.
• A possibilidade do uso de anti-sépticos bucais implicar em maior risco do desenvolvimento de câncer bucal.
• O Enxaguante Bucal Halitfree não contém álcool em sua fórmula.

Fonte: Dr. Olinda Tarzia

Entrevista com o especialista em Halitose Dr. Francisco Amaral

16 de abril 2006
Jornal A Notícia

Uma nova arma contra o mau hálito
Centro especializado de Joinville possui um aparelho que identifica as causas da doença
Aline Machado Parodi



Joinville - Mau hálito é uma doença que persegue a humanidade há séculos e que agora começa a ganhar a atenção do meio científico. Em Joinville, existe um dos poucos centros de tratamento da halitose do Sul do País, que possuiu o mais avançado equipamento para identificação das causas da halitose: o Halimeter. É o primeiro aparelho possível de ser utilizado em nível de consultório capaz de quantificar os odorivetores que compõem o hálito, auxiliando no diagnóstico e acompanhamento de tratamento de halitose. O médico gastroenterologista e especialistas no tratamento da halitose, Francisco Amaral, do Instituto de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva de Joinville (Iged), explica que existem diversas causas para o mau hálito e identificá-las é essencial para o sucesso do tratamento. Mas há uma divisão nos tipos de halitose. "Existe aquela que é eliminada através do pulmão, que representa que algum órgão interno não está funcionando bem. Por exemplo, uma infecção pulmonar gera mau cheiro que é eliminado pelos pulmões. É possível descobrir que o paciente está com uma infecção pulmonar através de uma investigação das causas do mau hálito", explica o médico. O mau hálito pode causar outras inflamações, como intestinal. "Bactérias que não pertencem à flora normal do intestino podem ocasionar um estado de decomposição na intestino e esses gases absorvidos pelo sangue vão até o pulmão e são eliminados", afirma Amaral. Outras causas são das vias aéreas superiores, como sinusites crônicas, amidalites e faringites crônicas. Mas a causa mais comum e que atinge cerca de 95% dos casos é o de boca.
Gases de putrefação
O paciente que tem doença do mau hálito tem eliminação de gases de putrefação e isso não significa que ele tenha má higienização da boca. "Nós temos naturalmente um sistema de higienização na boca. E nestes pacientes esse sistema está alterado e com o passar do tempo vai gerar a doença do hálito. Então precisamos pesquisar quais as causas que provocaram essa alteração e tratar as causas. Caso contrário, é mascarar o problema, como passar perfume para disfarçar o cheiro", enfatiza Amaral.
Problema tem cura
Existem vários distúrbios que podem gerar a causa bucal da halitose. Um deles é a saburra lingual, chamada de placa bacteriana da língua. "Acontecem alguns eventos durante a vida da pessoa que podem gerar uma alteração do funcionamento da higienização normal que temos na boca e isso ocasiona um problema de salivação. Há uma colonização normal de bactérias na boca. Nós temos 700 espécies de bactérias, mas elas estão lá harmonicamente. Mas se houver uma retenção orgânica de células alimentares ou descamação da cavidade bucal, essas bactérias vão se proliferar", comenta o especialista Francisco Amaral. Outras vezes, há bactérias que são externas, que destroem as células presente na boca, para comer a proteína e nesta digestão bacteriana elas eliminam o que chamamos de CSV (compostos sulfurados voláteis) e o mais comum é o gás sulfídrico (H2S), que tem o cheiro do ovo podre e esse gás é gerado dessa decomposição. "O que acontece é um esgoto na boca". Esses gases são tóxicos no organismo e não matam a pessoa porque são produzidos em baixíssimo nível e causam uma fadiga olfatória (a pessoa se acostuma com o hálito).
Estatística
As estatísticas mostram que 40% da população mundial uma vez na vida vai ter mau hálito e a grande maioria vai desenvolver a doença do hálito. A halitose orgânica pode ser ocasionada por 56 causas diferentes. "Geralmente, o paciente tem mais de uma causa e podemos afirmar que curamos 100% dos problemas." (AMP)
Tecnologia é aliada
"Todos os tipos de halitose orgânica têm cura, porque conseguimos identificar as causas. A tecnologia de tratamento avançou muito, com produtos que conseguem que haja uma resposta de cura. Isso vai recuperando os mecanismos de higienização e se consegue curar completamente", afirma o médico Francisco Amaral, do Instituto de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva de Joinville (Iged). Um avanço no tratamento é o dióxido de cloro, que vem sendo usado no enxágüe bucal, mas ainda não está popularizado no meio médico. "O tratamento vai depender muito do que está ocasionando a halitose. Se for uma sinusite, vamos tratá-la. Tratamos a doença básica para eliminar o problema", revela. O estresse é um grande fator desencadeador da doença do hálito, pois arrasa com o mecanismo de salivação. Assim como o uso de medicamentos como antidepressivos, tratamentos de câncer, algumas doenças como o diabetes, ingerir pouco líquido e no idoso, por causa da diminuição natural da salivação há mais propensão de ocorrer. Mas ainda existe a halitose psicogênica (halitofobia), em que o paciente não tem mau hálito, mas pensa que tem. "E esse paciente é o mais difícil de tratar. Neste sentido, o aparelho Halimeter nos ajuda a provar para ele que ele não tem mau hálito. Esse laboratório que temos aqui ajuda a identificar esse paciente e encaminhá-lo para o lugar certo", diz o especialista. (AMP)
Pessoas com halitose fogem do convívio social
O especialista em halitose Francisco Amaral, do Instituto de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva de Joinville (Iged), conta que o problema do hálito é tão antigo, que há descrições de achados arqueológicos que mostram que ele vem perseguindo a humanidade através da história. "Já se encontrou ao lado de múmias raspadores de língua de ouro, o que demonstra que eles já se preocupavam com a higienização", argumenta o médico. E existe um histórico de uma batalha da humanidade contra o mau hálito, até com descrições de suicídios por causa do problema. "Isso é uma questão muito importante, porque a pessoa se sente tão rejeitada que chega ao suicídio. E há pessoas que têm um hálito tão intenso que é impossível você conviver com elas. Então, o mau hálito gera o constrangimento social e conseguir a reintegração desse paciente à sociedade é muito gratificante", comemora o Amaral. O assunto ainda é pouco discutido, inclusive dentro do meio acadêmico, tanto que não há uma disciplina sobre o assunto nas faculdades de medicina e nem de odontologia. "Tudo isso ainda é muito desconhecido. E só começou a ser estudado a fundo a partir da década de 90. A comunidade científica ainda não despertou para a realidade do tratamento, e o que temos no Brasil, que é um dos mais avanços neste assunto, são ilhas experimentais de tratamento do mau hálito como a nossa aqui de Joinville", analisa o especialista. Apesar de já existir cura para 100% dos casos de halitose, ainda é muito pouco o número de pessoas que procura tratamento. "O paciente está de certa forma desacreditado dos tratamentos de halitose, devido só agora ter essas ilhas de tratamento científico, a grande maioria era na "empurraterapia". E ele não via solução e acabava num balcão de farmácia comprando produtos que mascaram o problema. O paciente tem vergonha em dizer que tem mau hálito e ele prefere ficar quieto no canto dele, e quem está próximo não fala para não magoar a pessoa. Forma-se aquele mecanismo de defesa, em que cada um fica de um lado e as pessoas passam anos se tolerando e acostumando com isso," critica o médico. (AMP) .

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Atletas que não cuidam da saúde bucal podem se tornar perdedores.



Para entrar no ritmo das olimpíadas...

Todo atleta que se preocupa com a saúde, não pode esquecer de freqüentar o dentista, regularmente. Afinal, a saúde começa pela boca.
Segundo pesquisas, o atleta pode perder até 21% do seu rendimento, se tiver algum problema oral. Problemas provenientes da alimentação e da má escovação, podem afetar a mastigação e a respiração, o que traz prejuízos à resistência do esportista.
A boca é um excelente ambiente para proliferação de bactérias. Um foco de infecção, que se inicia na boca, pode afetar todo o organismo, se espalhando pelo sangue, o que pode agravar problemas cardíacos e lesões musculares. Esportistas que não procuram um dentista, podem demorar a descobrir o foco de um problema de saúde, o que pode atrasar a recuperação e prejudicar todo o processo de treinamento que ele realiza.
Protetor Bucal
Além da preocupação com a saúde bucal, atletas que praticam esporte de contato e força, como as artes marciais, e que envolvem bolas e atrito, a exemplo do vôlei, handebol, ou até mesmo velocidade e impacto, como patins, skate e motocross, necessitam de protetores bucais especializados, feitos sob medida.
Os protetores exclusivos, feitos a partir de moldes da boca dos atletas, se ajustam à arcada dentária e não caem da boca. Reduzem em até 80% o risco de algum tipo de trauma dental.
As pessoas que praticam algum tipo de esporte, seja amador, profissional ou por hobby, necessitam de uma atenção especial do dentista. Por isso, a importância da Odontologia Esportiva.
Saiba mais sobre o Dr.Dr. Anderson Bernal atua há 14 anos na área odontológica. Formado pela UNISA e especializado em dentística restauradora (estética dental) e reabilitação oral pela UMES, Anderson Bernal é proprietário do instituto que leva seu nome, Anderson Bernal Odontologia (multidisciplinar, day clinic, home clinic). É diretor do setor de odontologia da New Man, clínica de estética exclusiva para homens; ministra cursos de estética avançada e dentística restauradora no SENAC e é Consultor científico da Oral Phersonal - empresa de consultoria e gestão de risco em saúde.

Graças aos seus inúmeros atributos clínicos, o Dr. Anderson é também conhecido por atender a personalidades como: Sônia Braga, Jayme Monjardin, Rafael Almeida, Olga Bongiovanni, a top Carol Trentini, entre outros.


quinta-feira, 31 de julho de 2008

11 verdades médicas que até parecem mentira

Vale a pena dar uma lida nessas verdades...e desencanar.
Afinal, vida saudável é vida feliz!!

Cuidado com a escova de dentes
Ela é um poço de germes. Chega a ser mais suja do que a de cabelo. Pesquisas mostram que ela contém micróbios provenientes da boca, do banheiro (a descarga do vaso sanitário é uma propagadora de microorganismos) e até de escovas vizinhas. O microbiologista João Carlos Tórtora, da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, concorda e recomenda: “Não deixe o utensílio exposto. Guarde-o no armário ou num recipiente apropriado”.


A obesidade é contagiante
A epidemia dos quilos a mais é algo socialmente transmissível. E aquele amigo ou sua cara-metade podem ser um dos agentes disseminadores de pneus — desde, é claro, que esbanjem uma barriga de chope, segundo pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Se um amigão se torna obeso, o risco de a sua cintura se expandir para os lados se eleva em 57%. “A convivência faz as pessoas adquirirem hábitos alimentares semelhantes”, endossa a endocrinologista Zuleika Halpern, de São Paulo.

Felicidade é sinônimo de saúde
A afirmação acima parece óbvia, mas não é. Nancy L. Snyderman cita a conclusão de um estudo da Universidade Carnegie Mellon, na terra do Tio Sam. Indivíduos que se diziam felizes ficaram menos vulneráveis aos efeitos deletérios dos vírus por trás da gripe e do resfriado. Outra pesquisa americana, dessa vez realizada com 678 freiras, mostrou o seguinte: as irmãs que empregavam palavras positivas com maior freqüência viveram em média dez anos mais do que suas colegas afeitas a expressões negativas.

Não, celular não causa câncer
Essa dúvida assombra os usuários inveterados do telefone móvel. O aparelho funciona por meio de freqüência de rádio, um tipo de energia eletromagnética. Assim, cientistas ao redor do planeta vêm investigando há alguns anos se o uso prolongado do celular pode provocar tumores cerebrais. Até agora, escreve Nancy L. Snyderman, nenhum estudo conseguiu comprovar esse elo.





Quem vê cara......não vê coração.
Quando o assunto é saúde cardíaca, esse ditado descreve com perfeição a realidade de muita gente magra por aí. Isso porque ter um peso normal não é sinônimo de peito saudável. “Algumas pessoas, por exemplo, têm uma predisposição genética para níveis elevados de colesterol”, ensina Nancy. Daí, não adianta estar em dia com a balança. É preciso ficar de olho nas taxas da gordura para prevenir o entupimento das artérias.

Estresse e úlceras: nada a ver
É o que afirma Nancy L. Snyderman. De acordo com a médica americana, tensão demais pode rimar com outras doenças, mas não com úlceras. O flagelo estomacal é em grande parte resultado da ação de uma bactéria que resolve estabelecer moradia ali: a Helicobacter pylori. Antibióticos bem receitados dão um basta a ela.

Menos sono, mais tristeza
Noites maldormidas disparam a produção de cortisol, o hormônio do estresse. Aí, descreve Nancy, a pressão arterial sobe, as defesas baixam a guarda e a depressão se instala. “Quando o indivíduo não dorme direito, fica mais ansioso na noite seguinte”, faz coro. O neurologista Rubens Reimão, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Daí não prega os olhos como deveria. “O sono é um reparador físico e emocional”, conclui Reimão.

Viva o trabalho voluntário!
Engajar-se num trabalho comunitário, ajudar um vizinho ou simplesmente doar dinheiro. Tudo isso faz um bem danado. De acordo com Nancy L. Snyderman, pesquisas demonstram que quem dá mais a família e amigos do que recebe relata ter saúde de sobra.

Cantando na chuva
O frio em si não provoca resfriados. Eles são causados por vírus — que, fique claro, nada têm a ver com os da gripe. Esses microorganismos podem ser transmitidos de indivíduo para indivíduo por meio de um simples aperto de mão, conta Nancy. Daí, basta levá-la à boca ou coçar o olho — em qualquer estação do ano.



A caixa de remédios
“Erra feio quem a deixa no banheiro”, sentencia Nancy. A farmacêutica Janeth Naves, da Universidade de Brasília, assina embaixo: “Não é bom guardar medicamentos em locais onde a temperatura, a luminosidade e a umidade podem variar muito”. O calor e a luz aceleram as reações químicas que degradam os remédios. E a umidade favorece o crescimento de fungos e outros germes que contaminam as drogas.

Ler com luz fraca
Bobagem acreditar que passar os olhos pelas páginas de um livro num ambiente pouco iluminado é prejudicial à saúde ocular. Não é bem assim. “A visão fica mais cansada porque a leitura não está sendo realizada em condições ideais”, diz o oftalmologista José Álvaro Pereira Gomes, da Universidade Federal de São Paulo. “Mas isso não causa cegueira nem piora o grau.”

Fonte:
Revista Saúde Jul/2008

Cuide da boca e evite doenças em outras partes do corpo

A matéria a seguir saiu na Revista Saúde de Junho/2008.

SAÚDE BUCAL É FUNDAMENTAL!!!

Da boca para o corpo.
Muito mais que garantir um sorriso bonito, cuidar rigorosamente dos dentes espelha saúde nos quatro cantos do organismo. E, aí, o portal por onde entram os nutrientes e de onde saem as palavras não abre alas para problemas sérios no estômago, nos pulmões e até no coração
por DIOGO SPONCHIATO
design GLENDA CAPDEVILLE




Quem tem boca pode ir ao céu ou ao inferno. E esse destino só depende da atenção reservada a ela no dia-a-dia. Aqueles mandamentos que a gente conhece tão bem registrados no quadro ao lado , mas nem sempre segue à risca, não são apenas indispensáveis à preservação da língua, da gengiva e de cada dente. Eles também ajudam a evitar infortúnios em outras redondezas do corpo. Sem exagero. Uma saúde bucal deficiente repercute em cheio nos vasos sangüíneos, nas articulações e em órgãos que, aparentemente, não mantêm íntimo contato com os dentes. Só aparentemente. Não podemos enxergar a boca de maneira isolada, afirma a dentista Juliana Villalba, da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, no interior de São Paulo. A idéia resumida por essa frase inspirou a especialista a organizar o recém-lançado Odontologia e Saúde Geral, obra dirigida a profissionais de saúde, em especial médicos e dentistas. Ela reúne artigos científicos que exploram a relação direta entre os dentes e o resto do organismo. Juliana alerta, aliás, para a importância de o próprio dentista projetar seu olhar muito além da cavidade bucal. A princípio, o livro seria intitulado A boca também tem corpo, revela. Basta folhear a obra para notar que a maioria dos estragos eclodidos na boca é protagonizada por uma infinidade de bactérias. Ora, a cavidade bucal é um verdadeiro Olimpo para esses microorganismos. E, justiça seja feita, nem todos eles são malignos ali existe uma flora bacteriana essencial à digestão dos alimentos, por exemplo. O problema é quando a escova e o fio dental são deixados de escanteio. Aí os micróbios nocivos, por trás das cáries, da gengivite e da periodontite, proliferam-se e levam ao caos. Mesmo em uma boca saudável, há 200 milhões de microorganismos em 1 grama de placa bacteriana, conta o periodontista Antonio Sallum, professor da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), vinculada à Unicamp. Se ela estiver a caminho da ruína, então, o número pode bater a casa do bilhão. E as ameaças também se multiplicam.
Se a gente mata a fome e se esquece da higiene bucal, poucas horas são suficientes para a formação da famigerada placa bacteriana. Num processo contínuo, micróbios e mais micróbios se unem para monopolizar os dentes e a gengiva. E é assim que a placa, também chamada biofilme, torna-se mais espessa, chegando às vezes ao ponto de ser vista a olho nu. Com os ventos a seu favor, as bactérias vilãs passam a subjugar as espécies do bem. A placa propicia o aparecimento de dois problemas: a cárie e a doença periodontal, diz o professor Antonio Sallum. A primeira, arquitetada pela bactéria Streptococcus mutans, mina aos poucos o próprio dente. Mas a segunda, que começa como uma gengivite e evolui para uma periodontite, é mais assustadora. Ela detona toda a estrutura que liga o dente à gengiva e ao tecido ósseo.

A doença periodontal é mais assustadora, porque a cárie provoca dor e ela não. No começo, só produz sangramentos na gengiva, alerta Sallum. Ou seja, poucos lhe dão a devida atenção. São mais de 100 tipos de micróbios envolvidos com a patologia, que, se não tratada a tempo, faz os dentes desabarem. Ela é silenciosa e suas bactérias são mais agressivas, afirma a periodontista Elaine Escobar, professora das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo. De cair o queixo também é a estimativa da incidência do problema no país. Oito em cada dez brasileiros adultos têm desde uma gengivite até seu estágio avançado, a periodontite, conta Elaine.
As bactérias traiçoeiras fazem das lesões na gengiva e da corrosão do espaço entre dente e osso o seu portão de embarque para a corrente sangüínea. Alguns tipos mais terríveis compram, então, o bilhete para viajar até o coração, onde simplesmente estacionam. A doença periodontal aumenta o risco de problemas cardiovasculares, constata Elaine. Pior ainda para quem já tem um defeito em uma válvula cardíaca, por exemplo esse sujeito fica, então, tremendamente suscetível à endocardite. Quando vamos ver, de cada dez pacientes com essa doença, de alta mortalidade, quatro ou cinco têm as bactérias na cavidade bucal, calcula a cirurgiã- dentista Itamara Neves, do Instituto do Coração de São Paulo (INCOR). Outra constatação recente é que pessoas com níveis de colesterol e triglicérides elevados podem ser reféns do ataque desses micróbios às artérias. Há trabalhos recentes demonstrando que algumas bactérias colaboram na formação de placas nos vasos sangüíneos, agravando o entupimento provocado pela gordura, conta Juliana Villalba. As agressoras, portanto, tornam-se o gatilho para a erupção de um infarto ou um derrame (veja o infográfico ao lado).
PERIGO EM DOSE DUPLAO conflito que começa na boca semeia o suplício no corpo inteiro, principalmente se o dono dele for um diabético ou uma gestante. No caso das grávidas, a doença periodontal estimula o parto prematuro. Isso porque, quando as células de defesa rumam até a cavidade bucal para lutar com as bactérias, também liberam na circulação algumas substâncias as citocinas e as prostaglandinas que desregulam algumas funções em outros locais do organismo. E essas substâncias costumam acelerar o trabalho de parto, resume Sallum.
Os diabéticos são um caso à parte. Vivem numa situação duplamente complicada. O açúcar que se acumula na circulação por causa do distúrbio favorece todo tipo de problema de inflamações a abscessos nas mucosas. E, se nada disso é tratado, a produção de substâncias inflamatórias é tal que desencadeia de vez uma série de mecanismos no organismo, inclusive aquele que faz a insulina ser utilizada direito. O professor Sallum é categórico: Problemas como a doença periodontal alimentam o diabete. Há indícios de que, quando ela é resolvida, a glicemia fica sob controle com maior facilidade. Todo mundo sabe, mas não custa reforçar: além da prevenção diária, a visita ao dentista é pré-requisito de uma boca em ordem. Até porque existem problemas, como restaurações em decadência e dentes mal posicionados, que só podemser resolvidos no consultório. E saiba que, quando não remediados, eles só oferecem mais dor de cabeça à sua vida. Literalmente. Setenta por cento das disfunções temporomandibulares (DTM) são relacionadas ao mau posicionamento dos dentes, conta o especialista em reabilitação oral Lauro Delgado, de São Paulo. E, por sua vez, a tal DTM é que muitas vezes aciona o incômodo constante na cabeça (acompanhe o infográfico à esquerda). Médicos do Ambulatório de Cefaléias do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte (HCUFMG)analisaram 53 pacientes que viviam com dor e chegaram à conclusão de que 80% das queixas eram associadas à DTM. Não vale determinar uma relação de causa e efeito entre os dois problemas, diz o neurologista Antônio Teixeira, um dos autores da pesquisa. Mas o tratamento da DTM pode contribuir para o alívio do tormento, completa ele, que é professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Depois de tantas evidências, já deu para perceber que dentes saudáveis afastam males da cabeça aos pés. E isso, sim, é motivo de infindáveis sorrisos.
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